quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012



Escrevi nos ombros o nome que tira meu peso e me faz flutuar até as nuvens só para rabiscar no céu azul todos os sonhos de meu coração de menina. Desenhei no rosto a digital da carícia doce como a seda que marca minha pele como brasa. Marquei no corpo o contorno do abraço que me aquieta a alma e acelera o pulso, em minha doce ânsia de querer me fundir naquele corpo até nos tornarmos uma pessoa só. Tatuei na pele o que jamais sairá do coração.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



“É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e ,especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente.”
Ana Jácomo

domingo, 22 de janeiro de 2012


O que nos leva a escolher uma vida morna? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos bom dia, quase que sussurrados.

Érico Veríssimo